MEDRADO, Luciano.[1]
Estamos vivendo nesta nova sociedade em constante mudança, que está se organizando e reorganizando de acordo com as características da sociedade em rede, da globalização da economia e da virtualidade, mas é inevitável também percebermos que esta mesma sociedade produz novas e mais sofisticadas formas de exclusão. Como não lembrar da exclusão digital e por conseguinte o seu correlato analfabeto digital?
Essas características e contradições da sociedade atual vão, gradativamente, influenciando em nosso dia-a-dia, afetando a forma como nos comunicamos, trabalhamos, nos relacionamos com os demais, aprendemos e ensinamos e assim, aos poucos, vamos alterando nossos hábitos e nossas atividades cotidianas.
A educação em todos os níveis não tem sido alheia aos movimentos de mudanças, ao desenvolvimento científico-tecnológico nem aos movimentos sociais, políticos e econômicos em curso na nova sociedade. A escola não pode ser considerada de forma apartada de sua comunidade e da realidade que a cerca; ela está imersa na cultura, na comunidade, na representação social e política, em contínua interação com o seu contexto.
Os alunos trazem para as escolas questões que dizem respeito diretamente ao mundo interconectado por meio das tecnologias e mídias, fazendo com que os professores se sintam desafiados, saindo desta forma da sua zona de conforto. Diante disso surge o questionamento: será que os professores se sentem preparados para ensinar e aprender na Sociedade da Informação e Comunicação?
Estar "conectado" é uma condição para estar incluído na Sociedade da Informação e Comunicação.
Mas convenhamos, não basta somente o acesso; é preciso educação de qualidade para que os aprendizes consigam atribuir significado às informações e utilizar as tecnologias para resolver problemas de sua vida e de seu contexto. Então, quais os principais desafios da educação?
Sem dúvida:
· ampliar o conceito de aula,
· de espaço;
· de tempo;
· e estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos e o estarmos conectados a distância.
A escola é desafiada, também, a ultrapassar a lógica da exclusão social, cujo mapa das desigualdades sobrepõe-se ao da exclusão digital, da pobreza e da violência.
Segundo Perrenoud, no texto “dez novas competências para uma nova profissão” é necessário que o professor saiba utilizar as novas tecnologias. Para o autor, “em algumas profissões que dependem totalmente das tecnologias, a renovação das competências é evidente. No entanto, isto não acontece na educação escolar: nem o vídeo, nem o computador, nem a multimídia, até hoje, fizeram com que a profissão de professor mudasse”.
Para Maria Cecília Martins, “as tecnologias de informação e comunicação podem favorecer a constituição de uma teia entre a escola e o cotidiano no qual o indivíduo atua, configurando novos caminhos para ele interagir e desenvolver suas constantes compreensões sobre o mundo e sobre a sua cultura”. É inserido no mundo da cultura na significação dos artefatos culturais junto com seus iguais que o ser humano se desenvolve mediatizado pelas tecnologias.
Porém a autora afirma que existe uma dificuldade na apropriação de recursos tecnológicos no contexto educacional devido as cristalizações nas configurações educacionais no que se refere a espaços, tempos, atividades, conteúdos e formas de interação entre os alunos e professores.
No contexto atual, torna-se indispensável a capacidade de pensar a realidade criticamente, de conseguir selecionar a informação e de interrelacionar conhecimentos, repensando os contextos educacionais abrindo espaço às novas possibilidades tecnológicas. Diante destas inovações faz-se necessário mais do que nunca “incluir o mundo na aula” e a “aula no mundo”.
[1] Pedagogo e especialista em Educação Especial. Cursista de TIC e novas práticas pedagógicas – UESB.
Seu blog é encantador
ResponderExcluirSe permitires te sigo com carinho
Abraços
Preciosa Maria